quinta-feira, 30 de junho de 2011

A CADA UM AS SUAS PENAS!

Ian Davies é um amante da natureza que nos últimos anos se tem dedicado à pintura acrílica sobre penas de cisne, que posteriormente emoldura e vende aos apreciadores desta arte.


O britânico utiliza as plumagens destas aves, que lhe são fornecidas pelos tratadores de um parque perto de sua casa, durante a mudança da pena, em troca de uma ajuda para a alimentação dos animais. Podem conhecer o seu site aqui.

De igual modo, a norte-americana Julie Thompson também substituiu as telas por penas das asas de pavões, há mais de 20 anos, aproveitando as que encontrava no abrigo onde a sua mãe albergava estes pássaros. Para além de também vender os seus trabalhos, ensina esta técnica a miúdos e graúdos interessados. 

Não se cinge apenas a retratar aves, a vida selvagem do Alasca (local onde nasceu e passou grande parte da infância) concedeu-lhe perspectivas para abordar outras temáticas. Como podem verificar no seu site, aqui.
Mas quer dizer, olhando para os trabalhos de cada um, é notória a diferença, certo? Infelizmente, o que a net, a wikipédia ou o Google têm de bom - informação rápida e acessível a todos - muitas vezes é torpedeada pelos milhões de utilizadores, propositadamente ou não! Assim, em vários blogues ou sites que visitei, estes dois artistas são diversas vezes confundidos entre si ou com outros que lhes seguem as pisadas, porventura em experiências ou a nível amador. Por exemplo:

- esta não me parece pintada por nenhum dos dois;

- nem esta;

- ainda menos estas;

- ou sequer esta, embora não seja de excluir que os autores possam variar de penas...

Se a pesquisa para identificar os artistas destas últimas fotos foi infrutífera (OK, consegue-se o nickname de quem as vende/vendeu num site da especialidade), ficam as imagens (da net) que "falam" por esta arte que desconhecia!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O SORRISO DE MONA LISA

Katherine Watson (Julia Roberts) vai leccionar História de Arte  para o conservador Wellesley College e depara-se com uma turma de raparigas que decoram bem a lição, mas a única finalidade que têm na vida é casar. Decorre então o ano de 1953, após um período em que as mulheres lutaram e adquiriram alguma igualdade e liberdade, ao trabalhar lado a lado com os homens no esforço exigido pela II Guerra Mundial, mas as jovens estão dispostas a retroceder no tempo e voltar à sua tradicional função de "fada do lar".
Não se cingindo apenas ao manual escolar conservador, a professora consegue que as alunas comecem a olhar a arte de um ponto de vista mais pessoal, ultrapassando os limites das opiniões veiculadas pelos "conceituados especialistas", debitadas até à exaustão nos trabalhos iniciais. O que, por um lado, lhe granjeia alguma admiração e popularidade entre as alunas, mas, por outro, a desconfiança do restante corpo docente. Porém, mudar mentalidades é mais complicado, especialmente quando todas essas jovens têm um comportamento padrão, onde reina o mimetismo na forma de vestir, pentear, maquilhar, pensar ou até nos comezinhos sonhos de, depois de casar, ter uma máquina de lavar roupa...
Para quem quiser espreitar o trailer:

Este filme de 2003, do realizador Mike Newell não parece ter despertado grande entusiasmo - a meu ver, injustamente criticado por ser uma espécie de "Clube de Poetas Mortos" no feminino - pessoalmente gostei de rever na TV. Tanto pelas interpretações das actrizes, como por retratar a sociedade americana pós-guerra, apesar de tudo mais avançada que a portuguesa da época!
Deixando no ar uma questão sempre actual: Quem define o que é arte? A apreciação refinada e conhecedora dos críticos e mestres do métier, ou o gosto comum dos diversos povos?

Imagem de cena do filme, da net.

terça-feira, 28 de junho de 2011

HISTÓRIAS DE OUTROS TEMPOS...

Almanaque significa publicação anual com calendários, informações científicas, tabelas e, muitas vezes, alguma literatura amena, segundo revela o dicionário. E foi o que encontrei neste livro de 1954, a par de conselhos, passatempos variados, informações de vária índole, obviamente já bastante desfasadas no tempo, mas que têm a sua piada. Bom, em 1954 ainda nem sequer era nascida, a compra do livro deveu-se a um pequeno pormenor: o nome do meu pai figurava numa única linha, como atleta do CDUL e que nesse ano obteve um título individual na modalidade de salto à vara. Três metros, vejam a façanha! 
Por estes dias tem constado que o Estádio Universitário de Lisboa vai fechar, por falta de verbas (para não variar), mas não estou inteirada do problema. Espero apenas que não seja mais uma "negociata da China", de venda de terrenos e tal, como aconteceu com a Feira Popular de Lisboa, que tanto quanto se sabe passaria a funcionar num terreno em Monsanto, mas até hoje... népias!
No entanto, regressando ao almanaque - e sem sequer entrar no moralismo inerente, comum na época - para além dos tais calendários (religiosos, de nascer e pôr do Sol e da Lua ou de marés), a leitura light, como hoje a apelidaríamos, padece do mesmo mal de que são acusados alguns jornalistas nos dias que correm: invenção pura! Será que sempre existiram? Nas poucas historietas que li, uma refere sobre o título "E Assim Nasceu a Moda", que Eva (a do Adão, está claro!), depois de um banho de rio num dia soalheiro, resolveu trocar a folha de parra por uma de figueira, ahahah! Que modernaça! Mas outra, sobre a origem do chá, é ainda mais tenebrosa e surreal, sobre um apóstolo budista japonês, que visitou a China no século VI d.C., que jurou ficar para sempre de joelhos e não dormir, mas um dia adormeceu e como auto-punição cortou as pálpebras e lançou-as ao solo e, por milagre (budista?), estas enraizaram e cresceu um arbusto que deu origem às folhas de chá. Versão nada relacionada com a história vulgarmente aceite, que  pode ser lida aqui.
Enfim, tem umas charadas e uns hieróglifos comprimidos que ainda vou tentar deslindar (quais batotas? as soluções só saíam no almanaque do ano seguinte...) e me pareceram engraçadas, mas, mesmo assim, 57 anos volvidos, a linguagem e as palavras usadas parecem-me bastante diferentes...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

DE MÃOS DADAS

No aniversário de uma amiga, comentava-se que o próximo aniversariante entre os presentes seria de um senhor que estava de mão dada com a mulher, sentado no sofá - 89 anos, precisamente! Acrescentou-se ainda que em 2012 é que seria festa de arromba, com o virar de mais uma década, mas ele asseverou que antes disso iriam comemorar os seus 65 anos de casamento, o sétimo bisneto está para breve...
"E quantos filhos?", perguntou alguém. "Só dois! Ela..." - indicou a filha presente - "... e um rapaz, que actualmente vive na República Dominicana! Quase todos os anos temos ido lá visitá-lo. Ele divorciou-se faz bastante tempo. Agora, sempre que lá vamos, encontramos uma nova nora. Afinal, para que servem os bons exemplos?!"

Imagem da net.

domingo, 26 de junho de 2011

QUANDO A ÚNICA PONTE...

... que se vê por perto é esta, mesmo simpática e a dar um tom bucólico à cidade, ainda por cima com o calor a apertar, a inspiração esvoaça, sabe-se lá para onde...
Mas, no reverso da medalha, tive oportunidade de passar por aqui:
Uma sardinhada no meu antigo liceu D. Pedro V, onde a alegria e a boa disposição não faltaram. E quem é que encontrei? Para além dos amigos destas andanças, aquela minha colega que consolei por SÓ ter tido um 17 ou 18 num ponto (assim se apelidavam, na época), enquanto outra conseguira uma nota de 18 ou 19 (que também lá estava, que as duas seguiram a camaradagem e a "compita" até acabarem a universidade, segundo me informaram e, pelos vistos, pela vida fora), em que a tonta aqui tinha tirado um 4 ou coisa do género (na escala de 0 a 20, equivale a mau), mas como não suportava lágrimas e desgostos, lá estava a consolar a "marrona".  Engraçado, é que assim que ela revelou o primeiro nome reconhecia-a imediatamente, mas ela não fazia a mínima ideia de quem eu era. Pudera! A minha competição era no recreio, não nas aulas... Ou seja, tem pior memória do que eu, ahahah!
Mas todas as amenas cavaqueiras souberam muito bem. Adoro estes convívios dos "velhos tempos" aliados aos actuais. E as sardinhas estavam convenientemente grelhadinhas nas brasas...


CARPE DIEM!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

COMO É QUE SE ESQUECE...?

Como é que se Esquece Alguém que se Ama?  
"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

Nota 1: encontrei este texto no facebook e fiz copy+paste para o transcrever aqui, não toquei numa vírgula ou acento, suponho estar devidamente credenciado ao autor; nestas coisas de internet nunca podemos garantir ao certo, ainda recentemente uma amiga me chamou a atenção para uma lamechice atribuída a Shakespeare, que mais parecia um manual de auto-ajuda de uma seita qualquer...
Nota 2: é raro transcrever textos alheios, mas adorei esta crónica - quem é que nunca se sentiu assim, perante a adversidade de uma separação imposta (pela vida ou morte) ou de vontades que não nos pertencem?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

JANELAS FLORIDAS

O Verão começou ontem, como foi amplamente noticiado. E com ele terminou a Primavera de 2011, das mais instáveis que me recordo, meterorologicamente falando, porque politicamente... foi o que todos sabem! 
Das quase 700 fotografias que tirei entretanto, nem um décimo veio aqui parar - umas imprestáveis, algumas pessoais, outras porque não calhou...
Mas gostei especialmente destas janelas floridas. Dão-me sempre a sensação que vive gente feliz detrás destas vidraças, que aconteça o que acontecer vai tratar da sua família, das suas plantas e não abandona os animais de estimação durante as férias, como infelizmente é ainda tão comum nesta época do ano.  Até alguns sem abrigo dividem o pouco que têm com um cão (ou mais), então como é que gente supostamente responsável os abandona?! Adiante!

De qualquer das formas, ainda as publico a tempo de fechar um ciclo. Quem sabe se algumas não terão o seu espaço mais tarde? Apesar das intempéries, não faltam flores e os primeiros botões das árvores nestes dois álbuns primaveris. Nunca são demais fotos que nos alegram, nem que sejam para "mais tarde recordar".

Bom, mas neste novo ciclo de Verão, se a máquina fotográfica vai manter-se em acção, a política nacional também mudou - novo governo, Assunção Esteves como primeira mulher na presidência da Assembleia da República e um futuro que é esperar para ver. A concreta definição destas mudanças, suspeito que só entenderemos lá mais para o final da estação. Até lá, mantenham as vossas vidas floridas e

SEJAM FELIZES!!!
(com fim de semana prolongado, ou não, em férias... ou a trabalhar!)

terça-feira, 21 de junho de 2011

NOME DE CÓDIGO: MERCÚRIO

Simon (Miko Hughes) é uma criança autista que adora puzzles e charadas, que os seus pais lhe compram para se entreter, já que tem imensas dificuldades de comunicação. E numa dessas revistas descobre o código tido como inviolável dos serviços secretos norte-americanos, usado para contactar espiões infiltrados noutros países. Que foi colocado lá de propósito para testar a sua eficácia (o que só por si é uma ideia abstrusa!), dando um número telefónico de contacto para quem o decifrasse. Gera-se o caos na organização secreta e Kudrow (Alec Baldwin), o responsável máximo, dá ordens inequívocas!
Por seu turno, Art Jeffries (Bruce Willis), agente do FBI, está a desempenhar um serviço rotineiro e é chamado para analisar o local de um homicídio seguido de suicídio. Os pais de Simon! Não se contentando com a explicação da polícia de que o miúdo se encontra desaparecido, acaba por o  descobrir escondido dentro de um armário e o rapaz é levado para o hospital. Desconfia ainda da arma utilizada no crime, cara e de profissional numa família modesta, pelo que pede protecção policial para o puto até ao final da investigação. Ao voltar mais tarde, descobre que este já não tem vigilância da polícia e foi transferido para uma enfermaria (a pedido dos pais, segundo o informam) e aí suspeita logo de uma conspiração. Apesar do assassino brutamontes andar por lá, ele consegue escapar com o miúdo numa ambulância, mas a partir daí as perseguições e tiroteios sucedem-se quase ininterruptamente...
Há filmes dirigidos a um público mais masculino, outros a mais feminino. Este é um caso típico dos primeiros: muita acção, pancadaria, mortandade, tiros e um argumento pouco credível em vários aspectos (então ele e o puto vão dormir a casa de uma fulana que conheceram nesse dia num bar?!?). Mas isso não interessa nada, desde que distraia e prenda a atenção:


Foi o caso, com este filme de 1998, realizado por Harold Becker. Quando não há nada de mais interessante a fazer, pronto, até marcha! Eheheh! 

Imagem da net.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

UM LAGO DE TREVAS

Martin Urban "frequentava os primeiros anos do liceu quando a expressão 'bota-de-elástico´ constituía calão corrente, mas já se apercebia de que figurava e sempre figuraria nessa categoria. Um homem entroncado de ombros quadrados, fronte quadrada, queixo quadrado e concepção de vida não menos quadrada."
Podia ser por aqui que Ruth Rendell iniciava a caracterização do personagem principal deste policial escrito em 1980, mas não, a descrição aparece lá pelo meio das 232 páginas. Fidedigna, porque tudo nos leva a crer que Martin é um contabilista sério que leva uma vida chata e rotineira, até ter a sorte de ganhar uns largos milhares de libras num totobola. Com uma "chave" fornecida pelo seu amigo Tim Sage, um jornalista de gestos efeminados, pelo qual nutre sentimentos contraditórios. Mesmo "adivinhando" que Tim atravessa dificuldades financeiras, não está disposto a partilhar com ele a sua sorte, mas dispõe-se a dividir o seu recente pecúlio com outras pessoas que, a seu ver, estão mais necessitadas da sua ajuda - o que consegue, no caso do filho de um lojista indiano a precisar urgentemente de uma cirurgia, mas não nos restantes seleccionados. Quando a "esmola" é grande os pobres desconfiam das suas nobres intenções ou, eventualmente, supõem estar a ser contratados para serviços menos recomendáveis...
Ao apaixonar-se por uma jovem florista as suas prioridades mudam. Embora antiquado, como sempre: "[...] tratando-se de assuntos práticos de interesse comum, Martin deixou bem claro que adoptava o princípio que quem manda é o homem. Nesse, como em todos os de nível superior ao de determinar o que ela devia vestir ou porventura o que deviam comer, partia do ponto assente de que as decisões lhe competiam e apenas a consultava por mera cortesia." O que ele está longe de imaginar, é que o mundo já deu muitas voltas desde que esses pensamentos eram quase unânimes nas cabeças dos homens e que, na realidade, as relações sociais (ou amorosas)... nem sempre aparentam ser o que são!
Escusado será referir que Ruth Rendell nos encaminha para um final surpreendente e tenebroso. Mas gostei. Muito!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A CAMINHO DOS 5...

A fotografia é de Jamie Black, como não poderia deixar de ser, uma vez que ainda não sei realizar estas imagens com movimento - nem tenho a certeza se algum dia chegarei lá! 
Mas vem a propósito do 4º aniversário do Quiproquó no blogger, que se comemora hoje. A caminho dos 5, só porque em Novembro se completam os tais 5 anos de blogosfera, noutro poiso que fechou para manutenção durante cerca de um mês e perdi a paciência para escrevinhar por lá. E a exemplo do meu cunhadito, que sempre que festeja um novo aniversário decide colocar-lhe um ano em cima. Manias...
Bom, mas em jeito de comemoração, deixo um agradecimento a (quase) todos que de alguma maneira partilharam vivências ou interagiram neste espaço, em forma de puzzle:
Tal como numa "sopa de letras" podem encontrar os vossos nicks na horizontal ou na vertical, da esquerda para a direita ou vice-versa, de cima para baixo ou ao contrário, só dois estão na diagonal (os mestres dos desafios, pois está claro!). E não, não custou muito elaborar, até porque em tempo de (mini-)férias há ondas para tudo... Divirtam-se!
ÓPTIMO FIM DE SEMANA PARA TODOS!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

EM CASA DE FERREIRO!

1 - "O Gato das Botas", de Charles Perrault
Acertaram: Moyle, Constantino e Rui da Bica 
Bastando clicar no Google a frase "escultor de ferro", logo aparece o nome de Jean-Pierre Augier, pelo que desafiar-vos a encontrar o nome do autor destas obras era mera tarefa de principiante. Que a maioria dos visitantes/comentadores cá do canto já está longe de ser...

2 - "Rapunzel", dos irmãos Grimm
Acertou: Moyle
Assim, uma vez que o escultor aborda diversas temáticas e, entre elas, a de fábulas e contos infantis, a proposta é a de adivinharem a que histórias associo cada uma destas imagens.

3 - "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen
Acertaram: Moyle e Rui da Bica
Igualmente fácil! Mas sempre dá para atentar um pouco nos pormenores destas pequenas grandes obras, que evidenciam a fabulosa criatividade e engenho deste artista francês.

4 - "Os Músicos de Bremen", dos irmãos Grimm
Acertaram: Moyle, Constantino e Rui da Bica
Note-se ainda que a associação das imagens aos contos infantis é minha, se bem que em dois casos claramente presentes no espírito deste escultor, nascido em Nice em 1941.

5 - "A Guardadora de Patos (ou Gansos)", dos irmãos Grimm
Acertou: Rui da Bica
Como não poderia deixar de ser, fica o link para o site de Jean-Pierre Augier, onde poderão apreciar outras das suas obras, nomeadamente ligadas a temas religiosos, maternidade, mitologia e muito mais. Espero que gostem tanto como eu gostei!
ADENDA A 17/06 - Legendas a cor de laranja. E um muito obrigada a todos os participantes: Vício, Moyle, Maria (acredito que também conhecias todos os contos, mas não deste dicas nem palpites), Constantino, Rui da Bica, Luisa e Carlos Barbosa de Oliveira.

Imagens da net.
(Obrigada, Gracinha!)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

GATAFUNHOS

Quando entrei para a escola primária, aprendi a ler relativamente depressa. Já conhecia algumas letras da infantil, como todas as colegas que também frequentaram essas aulas - mas que na época eram poucas, dado que a maior parte das crianças só iniciava a vida escolar a partir dos 6 anos, até lá ficavam com as mães ou avós em casa.
O entusiasmo de aprender a ler (mais do que o de escrever ou de fazer contas) era grande, até porque como verdadeira fanática de contos de fadas ou de Tio Patinhas & Companhia resolvia-me um "problema": nem sempre encontrava alguém com disposição  para me contar essas histórias...
Muito menos entendia as enormes birras que algumas meninas faziam para entrar na escola, a professora tinha de as arrancar literalmente das calças do pai ou das saias da mãe, onde se agarravam com unhas e dentes, nos primeiros dias a choradeira era intensa durante grande parte da manhã. A Eva, minha companheira de carteira, era uma das mais inconformadas, às tantas já era eu que a ia esperar à porta, que sempre vinha melhor comigo do que com a dona L., que não era exactamente um poço de paciência - mas com ela até teve bastante!  Tornámo-nos boas amigas, durante aqueles anos. Adiante!
Entretanto, o meu B-A-BA correu bem, de soletrar a ler foi um passo de 3 ou 4 meses (nada de precoce, note-se!), sentia-me ufana por já arranhar a leitura. A minha mãe também ficou contente com as informações da professora e, ingénua ou estupidamente, comentou o assunto com um casal amigo. E o homem, um advogado ainda em início de carreira, resolveu rabiscar umas letras numa folha de papel, para que pudesse demonstrar os meus dotes de leitora. Olhei para a folha como boi para palácio - não eram as letras do meu livro, nem a caligrafia da minha professora. Gaguejei, sem entender patavina e ele, com aquela superioridade que sempre o caracterizou, riu-se e exclamou: "Ora, ainda não sabes ler nada!"
Tinha razão! Mas até hoje escapa-me o motivo para um trintão querer amesquinhar uma miúda de 6 anos, a iniciar a sua aprendizagem. Mais, muito tempo depois tive oportunidade de ler alguns manuscritos do fulano e, se bem que não fosse totalmente ilegível, os gatafunhos abundavam...

terça-feira, 14 de junho de 2011

SONHO AZUL

Foram só quatro dias, mas habituamo-nos depressa ao que é bom: sol, mar, esplanada da praia, música, um livrito (como não poderia deixar de ser), petiscos e patuscadas, convívio com amigos, num doce descanso. Mas depois regressar à rotina do dia a dia... custa! Ainda parecemos estar a navegar noutras paisagens, com os olhos cheios da imensidão de azul, o suave marulhar daquele mar chão, o pensamento perdido no voo das gaivotas ou no ondular das velas dos barcos distantes...
No Verão haverá mais, para já ficou apenas um gostinho a férias. E uns dedos que agora parecem destreinados de teclados, preguiçosos e inseguros. Enquanto recuperam da sua momentânea apatia, fica uma musiquinha da Maria Bethânia, seguindo o rumo certo - em frente!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

AREJAR

"Não me obriguem a vir para a rua gritar que é já tempo d'embalar a trouxa e zarpar" cantava Zeca Afonso, noutro contexto. Assim, seguindo o seu sensato conselho, milhares de portugueses já embalaram a trouxa e zarparam - ou, melhor dizendo, arejaram para outras paragens -, aproveitando o fim de semana prolongado. Que o digam os funcionários do aeroporto de Lisboa, cujo trânsito às sete da manhã dos últimos dias se assemelhou ao do Marquês de Pombal às sete da tarde...
O catavento é testemunha de como os ventos mudam de direcção, o da fotografia encontrei (premonitório?) no pátio da escola onde votei. E girava, girava, de vez em quando parava, para voltar a girar e girar. Infelizmente, ainda não consigo dar à foto o dinamismo do momento. Mas Jamie Back consegue. Ora vejam:

Quem sabe um dia essa técnica não estará ao alcance de todos? Mas pronto, agora é aproveitar para arejar, enquanto os ventos ainda estão calminhos (para não dizer parados)! E enquanto as férias não chegam, tenham um...
EXCELENTE FIM DE SEMANA!


Foto recebida por mail.
(Obrigada, Michel!)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DO PONTO DE VISTA DOS PEIXES...

Artur, jovem e alegre conquistador, regressou de mais uma expedição, anunciando no seu mais alto gorgolejar: "Ei, malta, nem sabem o que se está a passar por estas marés!"

O grande cardume dos riscadinhos foram os primeiros a aproximar-se, sempre desejosos de conhecer e comentar as últimas novidades, com a curiosidade que lhes era tão característica: "Conta, conta!", pediram em uníssono.
Enchendo as guelras de ar, Artur não se fez rogado:  "Começou uma nova época balnear, os humanos estão de volta, até já avistei alguns por aí..."

Temerosa como sempre, a sua prima Vanda empalideceu brutalmente, parecendo prestes a desmaiar, mas pronta e delicadamente socorrida pelas suas amigas, ligeiramente estrábicas, sem saberem para que lado se virar...

O ancião lá do bairro dos Rochedos, franziu o sobrolho e vociferou com a raiva que lhe provinha da profundeza das suas tripas: "Mas é sempre a mesma coisa?! Estes humanos nunca mais aprendem que o seu território  é em terra e continuam a invadir o nosso?!"

"Bandidos, que nos atiram estrelas à nossa cara, fingem dar-nos de comer para nos esfolar e matar e ainda colocam armadilhas de rede nos nossos caminhos, para peixicídios nunca vistos antes do seu aparecimento! E ainda conspurcam as águas aos sobreviventes, como seres desprezíveis e vingativos que são!", continuava, exaltado, num discurso muito politizado...

"Ai, e ainda nos levam para aquários, aqueles espaços pequenos de rochas invisíveis, para ficarem a olhar para nós todo o dia, contou o meu avô. E depois ficamos cheios de saudades...", lamuriou um dos netos de Nemo. "Vamos mas é esconder-nos, mano!", decidiu o outro. "Pois, mas sabes o que o avô disse...", soou ainda audível através das bolhas que deixara para trás, enquanto os dois se afundavam nos ondulantes tentáculos da anémona.

"Esconder-me para quê? Basta encostar-me à rocha ou ao coral, que ninguém dará pela minha presença. Aposto que nem vocês todos!" Se o momento não fosse tão grave, haveriam certamente alguns dichotes acerca do filho de um coral, mas assim poucos lhe prestaram atenção...

Rei, assim se auto-denonimava aquela fera (sem que ninguém ousasse contrariá-lo), esticou as suas longas e coloridas barbatanas pejadas de espigões venenosos e mortais e avisou guturalmente: "Eles que venham, que estou preparado para os receber de barbatanas abertas..." Apesar do tom ameaçador, alguns risinhos nervosos foram inevitáveis!

Romeu e Julieta, apaixonados como sempre, não concordaram com nenhuma das decisões dos seus vizinhos de bairro, porque de lutas e contendas já estavam fartos, desejavam apenas viver o seu amor e partir para mares mais pacíficos. Com toda a serenidade foi isso que comunicaram aos habitantes dos Rochedos - que partiriam de férias para alto mar, zona muito aprazível e sossegada para passar a temporada. "E quando voltam?" indagou um dos riscadinhos. Entreolharam-se e responderam sorridentes e em coro: "Nas próximas marés vivas!"

ps - não sendo versada em ictiologia, as fotografias dos peixes foram escolhidas pelas suas formas e cores espantosas, das imensas imagens que existem no Google, sem qualquer pretensão de tentar verificar de que oceanos ou aquários são oriundos...

terça-feira, 7 de junho de 2011

CONTAS À VIDA!

Melissa d'Arabian tem um programa no canal televisivo Food Network, que se intitula "10 Dollar Dinners", cujo objectivo é mostrar aos telespectadores como podem confeccionar uma refeição completa e supostamente saborosa, para quatro pessoas, por aquele preço. Correspondendo esse montante a cerca de  7 euros, convenhamos que não é muito fácil executar a tarefa no nosso país, isto se fugirmos de açordas, frangos ou comida moída em geral, que já se sabe rende mais. Outra das razões que dificulta esse objectivo, deve-se à apresentadora se socorrer de várias promoções dos locais onde se abastece, para conseguir variar as ementas - descontos da ordem dos 50% ou mais, que cá raramente são praticados!
Nem me venham dizer que existe pelo menos uma cadeia de supermercados que dá descontos mensalmente, porque nem costumam ser tão elevados, têm um período limitado de tempo e são em cartão, pelo que se torna mais num modo de fidelizar o cliente, do que propriamente num bónus. Feitas as contas aos produtos de maior consumo habitual (cada família terá os seus), provavelmente descobrem que durante os cerca de 15 dias de descontos vale a pena, nos restantes as compras saem-lhe mais económicas nos que se gabam de não ter cartões nem promoções - pelo menos, se levar os saquinhos de casa...
Na impossibilidade de seguir os conselhos bem intencionados de Melissa, é importante comparar preços, experimentar novas marcas para testar a qualidade, tentar preferir os produtos portugueses (que a economia agradece) e, no geral, estar atento a verdadeiras roubalheiras debaixo do nosso nariz. No final das contas (para os  mais alheios aos cálculos matemáticos, há sempre uma calculadora à mão de semear), a vossa bolsa agradece!
Ah, e claro, nunca ir para o supermercado com a fome com que estou hoje, depois de um dia inteiro a chá e torradas (só uma indisposição, nada de insinuações sobre as eleições, OK?). É despesa redobrada pela certa!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

DE FACA E ALGUIDAR...

Um dia destes, dando uma volta por blogues alheios que não costumo visitar e ainda menos comentar (como diz o ditado popular, "gato escaldado da água fria tem medo"), dei de caras com o post de um fulano que confessou ter dado uma sova na namorada. O "coitadinho" afirmava estar muito arrependido, que a discussão começou por ela ter usado a sua toalha de banho depois do duche, que os ânimos se exaltaram e ela afinfou-lhe um estalo na cara e ele "apagou" - quer dizer, pegou nela e atirou-a para cima da cama, deu-lhe umas valentes murraças e a rapariga foi parar ao hospital pelo seu próprio pé, enquanto ele ficou a fumar um cigarro na sala. Aí já ele tinha acordado do "apagão" e telefonou-lhe, ela mandou-o bugiar e fez queixa na polícia da agressão. Portanto, para além de ficar sem namorada, o "pobre" ainda tem de responder em tribunal por um processo-crime.
Claro que todos sabemos que estas cenas de faca e alguidar acontecem, muito mais do que o desejável, mas o mais assustador é vir contá-las para o blogue, tentando desculpar-se que nem se lembrava de nada da agressão. Pois, pois, também posso não me lembrar do que comi ao almoço ontem, mas se estivesse envolvida numa cena de pugilato, não seria tão fácil esquecer!
Mas o que esta lamentável historieta tem de mais triste são alguns dos comentários das suas amigas da blogosfera (da rapaziada não teve nenhuma compreensão, antes pelo contrário!): alegando imparcialidade, indulgência, dando conselhos, etc. e tal, até aparece lá uma tonta a concordar que "algumas bem precisam de apanhar"? Infelizmente, há gente muito rasca nesta terra! E estas defensoras de brutamontes nem se tocam nos disparates que comentam...
(e não, não contem comigo para fazer publicidade a blogues de gentalha desta índole, portanto não há link para nenhum dos intervenientes!)    

Imagem da net.

sábado, 4 de junho de 2011

EXPLICAÇÂO POSSÍVEL

Fotografia de Ian Britton

Na verdade, é uma explicação como outra qualquer, mas o blogger tem esta versão do que pretende fazer em 2011:


Por seu turno, o próprio gmail (o que uso para receber mensagens do blogue) também tem tido alguns problemas de comunicação que, segundo os seus representantes, estão a ser investigados pelo FBI. É esperar que tudo se resolva pelo melhor!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

MAFALDINHA & COMPANHIA

Sobre a campanha eleitoral em curso, só tenho a dizer que não fico tão feliz como o Filipinho por permanecer ignorante. Sei que vi pouco, mas o meu coração de portuguesa não aguenta tantas figurinhas lastimáveis...
Vou votar, obviamente, porque para além desse direito tenho esse dever para com o meu País, que amo profundamente. Presumo que inutilmente, quando o quadro já está traçado pelos que governam a Europa e os políticos tugas se limitam ao beija mão. Ou pés. Ou a qualquer lambebotice que lhes convenha! Entretanto...

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS!

Imagem da net, da banda desenhada de Quino, evidentemente!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

SEM CUECAS?

Que ontem foi o Dia Mundial da Criança toda a gente sabe. Mas também Dia Europeu Sem Cuecas?!? Nunca tinha ouvido falar, mas tanto na blogosfera como no FB circulava a mesma notícia: a Comissão Europeia aprovou a criação da data em 2000, no seguimento de um movimento francês de 1996, que tinha em vista alertar a população para o problema da infertilidade masculina, devido ao uso de cuecas apertadas...
Quer dizer, isto não soa a anedota? "Ao fim do mundo em cuecas", como referiu um amigo facebookiano? Não sendo perita em pesquisas - nem tendo nenhum conhecido na CE que pudesse aclarar dúvidas - tudo o que li na net sobre o assunto é copy + paste do mesmo texto, com algumas variantes dos mais "criativos"!
Em simultâneo, a publicidade a uma marca de boxers & cuecas (se não vende as apertadas, tem sempre as mais largas à disposição do freguês) a aderir ao "Dia de..." e a entrar no "filme", a par de umas empresas mais fajutas a tentar vender t-shirts a apoiar a "causa".
Parece que só a Filomena Cautela acredita que tudo isto é mais uma tanga, de meter medo a qualquer um... embora em tom de brincadeira:

(fiquem à vontade para expressar as vossas opiniões sobre este dia, aparentemente ridículo, OK?)

Imagem da net.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

HORIZONTAIS DOIS, VERTICAIS UM

A coitada da Vera nem sabe para que lado se virar, ao fim de 20 anos de casamento e os últimos 4 com a constante presença da mãe na casa dela: marido e sogra odeiam-se mutuamente e arranjam sempre azo para discussões diárias, enquanto ela trabalha numa lavandaria e regressa  ao lar para "servir" aqueles dois desocupados quezilentos! Ele desejoso que a sogra morra, ela a tentar tudo por tudo para que a filha se separe e que ele não herde um cêntimo do seu pecúlio...
Já aqui disse e repito: Ruth Rendell é a digna sucessora de Agatha Christie! Como amante de livros policiais, adorei todos os livros que li dela. E este, não é excepção! Teria lido as 159 páginas (que enganam) num ápice, não fosse ser uma edição de bolso, com uma letrinha tão minúscula que até faz mal à vista! Mas como os livros não se medem pelas capas, preços, edições ou tamanho das letras, ADOREI!
O que igualmente não dá, é colocar aqui uma citação apelativa - só dentro do enredo,  cheio de intrigas e de reviravoltas inesperadas, é que se percebe a piada e o engenho da escritora, quando nos conduz pelos meandros das mentes das suas personagens.
Da Feira do Livro deste ano ainda trouxe mais alguns da autora,  mas vou intervalar com outros títulos,  para descanso de todos e, de caminho, para evitar ficar cegueta de todo, eheheh!