quinta-feira, 30 de abril de 2009

TROCAR O SIM!

Fotografia de Ian Britton

Não sei porque é que acontece, que a vida às vezes não se explica, mas existem pessoas fantásticas que, por uma razão ou outra, não casam! OK, para algumas é uma escolha assumida de percurso, para outras talvez uma exigência exacerbada sobre o companheiro que desejam encontrar, na maioria das restantes é uma "fatalidade" do destino, eventualmente com corações destroçados de caminho...

Amores perfeitos só em forma de flor, mas também acontece que, por vezes, o amor surge através das formas de comunicação mais inesperadas e nunca é tarde para o reconhecer!

Gostaria de estar hoje aí convosco, Michel e Ana Paula, para vos dar um enorme abraço! Não podendo, por motivos óbvios, resta-me desejar-vos uma enorme

F E L I C I D A D E ! ! !
(no casamento, como em tudo o resto, no futuro que têm pela frente!)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

SEIS MULHERES EM FÚRIA...

... de escrita, deram em "13 gotas ao deitar", livro lançado hoje, às 19 horas, no restaurante do "El Corte Inglés", em Lisboa.

O lançamento foi concorrido e animado (como se pode verificar na foto mal amanhada que consegui tirar, de longe), contando com a presença das seis escritoras, que se distinguem melhor na fotografia do convite - são elas (da esquerda para a direita e de cima para baixo): Rita Ferro, Alice Vieira, Luísa Beltrão, Leonor Xavier, Rosa Lobato Faria e Catarina Fonseca.

Após umas breves palavras do editor, seguiu-se a hilariante apresentação de João Gobern (homem sobejamente conhecido e multi-facetado em várias áreas do mundo do jornalismo), que desvendou alguns trechos do livro, a par de uma "conspiração" de outros autores masculinos... em tom de brincadeira, evidentemente!

A experiência da escrita conjunta foi descrita pelas seis mulheres, entre sorrisos e cumplicidades, seguindo-se uma sessão de autógrafos. Só falarei do livro quando o ler, mas se for tão divertido assim... ui, vai ser risota pegada!

E por falar em livros, a 79ª Feira do Livro de Lisboa começa já amanhã, dia 30 (até 17 de Maio), no Parque Eduardo VII, para não variar, mas em novo horário, como podem verificar aqui. A do Porto será logo a seguir (27 de Maio a 14 de Junho), desta vez na baixa portuense, não sei se em horários semelhantes.

terça-feira, 28 de abril de 2009

MADRUGADAS...

Fotografia de Ian Britton

Quando ouvi a música supus que a conhecia e muito bem. Título e intérprete não me lembrava, do anunciante também não. Perguntei aos "entendidos", vasculhei em todos os recantos da memória e nada!

Ao rever o anúncio televisivo, lá consegui encontrar a pista para pesquisar na net. E, finalmente, lá estava ela:



Satisfeita, com mais umas linhas versando outro assunto, tudo prontinho para publicar, resolvi ler a letra da música. E CLICK! A minha memória musical é muito parca, mas ouvi no blog da SU há um mês atrás e já não me lembrava?! Ai, ai...

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PARABÉNS, RSM!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DETRÁS DA ORELHA!


Hoje o assunto é sério, muito sério! Então o Otário - desculpem a falta de cerimónia no tratamento, que não o conheço nem mais gordo nem mais magro e só por via de um link dei uma espreitadela no blog dele, mas senhor Otário soa a insulto, e pouco "meigo" por sinal - resolveu criar um prémio "à maneira". À maneira dele, note-se! Não vale a pena discutir sobre o assunto, que gostos são gostos e mainada! E que é este:
Talvez não muito satisfeito com o grafismo do dito selinho (isto sou eu a inventar, uma vez que, como disse, nunca lhe pus a vista em cima), decidiu complicar um pouco mais e juntar-lhe um desafio da sua lavra e mais umas quantas regras - afinal de contas, um homem também tem o seu orgulho (não é?), a que propósito é que ia oferecer tão cobiçado prémio assim de mão beijada???

Para além da imagem, convém referir o blog que nos nomeou. No caso, foi o "Blogatadas!!!", do Tá-se bem!.

O desafio consiste em relatar um episódio a partir das expressões indicadas:

* O que me deixa fora de série
Estava a ver televisão, a seguir atentamente aquele empolgante enredo policial e, de repente, PAFFF!, a luz pifou e fiquei às escuras e fora da série...
* Sonho mais estranho que tive
Sonhos estranhos, moi??? Ná! Revelações do inconsciente, segundo Freud, ih,ih,ih!

* Apetece-me tanto...
... uma bjeca fresquinha! Com uma pratada de caracóis à frente e dois dedos de conversa pelo meio, ui, cai que nem "ginjas"!
* Som que não me sai da cabeça
Em tempos ofereceram-me um despertador que permitia acordar com a música da rádio. De princípio correu bem, um dia despertei ao som do Marco Paulo e daquele infernal "Eu tenho dois amores", fiquei com a cantilena na tola o dia inteiro. Passei a preferir o chinfrim do apito!
* O primeiro pensamento que tenho ao acordar
Se me voltar para o outro lado, isto passa...

* Se pudesse ser um super-herói seria...
Garfield, sem dúvida! Pronto, OK, de herói não tem nada, muito menos de super (a não ser no apetite a comer lasanha), mas simpatizo com o bichano, que é que querem?!
* A última coisa que faço antes de me deitar
Descalçar-me!

* Só para homens:
"O mundo acabou e, a fim de preservar a humanidade, terá de procriar com uma das três mulheres que, curiosamente, estão vivas e dependem de si - Luciana Abreu (sem a perna direita e o braço esquerdo), Amy Winehouse (com a boca com cheiro deveras intenso a peixe podre, porque sim) e Odete Santos. Quem escolhes e porquê?"
* Só para mulheres:
Substituam Luciana Abreu por Van Diesel, Amy Winehouse por Brad Pitt e Odete Santos por José Cid. A pergunta é a mesma!
Hummm... coitada da humanidade! Mas alguma escova e pasta de dentes se havia de arranjar...


E pronto, agora é só distribuir por TODOS os linkados, que estejam desejosos e cheios de vontade de levar este selinho para casa... (ah, sim, também é contigo, Rafeirito, já que precisas de menção especial!)

Fotografia daqui.

sábado, 25 de abril de 2009

25 DE ABRIL, SEMPRE!


E ao som da segunda senha - "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso - as tropas puseram-se em marcha, o País amanheceu em revolução! E o povo saiu à rua, gritando a palavra que lhe estava presa na garganta: "LIBERDADE!"

A alegria dos portugueses transbordava em sorrisos e abraços, mesmo entre desconhecidos, os cravos vermelhos simbolicamente enfiados nos canos das espingardas que não chegaram a ser disparadas, os dedos no ar em V. E logo os poetas puseram nas ruas e nas vozes de todos outras canções, como esta...



O que é que correu mal, para 35 anos depois ser esta a canção que demonstra a indignação que nos corre nas veias???



HAJA FORÇA PARA LUTAR, HOJE E SEMPRE!!!


Fotografia da net.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

QUADRO NEGRO

Fotografia de Ian Britton

Há 35 anos...
... os soldados portugueses combatiam em territórios africanos, em guerras sem fim à vista!
... em muitas aldeias, vilas e subúrbios urbanos, água, luz e saneamento básico não existiam!
... mais de 20% da população era totalmente analfabeta! Mesmo assim...
... vários livros, filmes, peças de teatro, músicas e artigos de jornal estavam proibidos!
... a censura, de lápis azul ou tesoura em punho, escortanhava os restantes!
... a PIDE-DGS perseguia e torturava (quase) todos os dissidentes do regime...
... sem qualquer espécie de julgamento!
... e o medo das pessoas raiava a própria sombra!

Os factos pertencem à nossa História - muitos mais haveria a relatar - mas para os saudosistas do "antigamente é que era bom" fica só este breve resumo. E não, daí para a frente nem tudo correu de feição, mas o quadro negro e sem futuro desapareceu, momentaneamente, ao som deste mote:
Quis saber quem sou,
o que faço aqui,
quem me abandonou,
de quem me esqueci...



Oops! Esqueci-me de referir que a televisão ainda era a preto e branco???

ABRAÇOS VIRTUAIS

Pois é, nem sempre corre tudo conforme o planeado. E em postagens com mais de uma fotografia (neste caso, selinhos e ternurinhas), mal dou por isso desaparece uma ou outra, depois o texto já não condiz com a imagem, fico pior que uma barata! Daí a fila indiana que se segue, agradecendo desde já a todas a lembrança. (também ninguém me manda atrasar, não é?)

A de cima foi uma ternurinha da Teresa, que comemorou esta semana o primeiro aniversário do blogue Ematejoca Azul, oferecendo a todos os seus comentadores a imagem de baixo:

Gostei de ambos, tanto porque adoro bonecos de peluche (sim, bem sei que é de pelúcia que se deve escrever), como de tudo o que lembre o mar, as marés e os sons das ondas, que misteriosamente se perpetuam nos canais interiores de uma carapaça de búzio vazia. Bem escolhido!

Este prémio foi-me atribuído pela Lopesca (do blogue com o mesmo nome)...
... e também pela Isabel, do blogue Artista Maldito, que ainda me conferiu mais estes:


E, claro, são para todos os linkados da faixa lateral, que lá para as regras inventadas pelos patrocinadores dos selinhos estou-me nas tintas. Não temos já todos regras demais a cumprir no dia a dia? Para quê artilhar a blogosfera com mais umas quantas, com juizos de valor de quem é melhor ou pior? Na verdade, o prazer de escrever e de ler, de partilhar algumas informações, indignações e brincadeiras é que torna o passeio agradável...

ABRAÇO A TODOS!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

REUNIÃO 344596...

Já aqui disse, mas repito: odeio reuniões de pais e professores!

O rapaz entrou no berçário aos 5 meses e (quase) desde aí foi um ver se te avias! Está bem que os tempos são outros, mas a minha mãe deve ter ido uma meia dúzia de vezes às escolas que frequentámos (plural, porque era eu e a minha irmã) e só por motivos específicos, quando algum professor entendia que devia falar com a encarregada de educação. Por mim, houve anos em que perdi a conta ao número de reuniões em que participei, colectivas ou individuais.

Problemas de toda a ordem e feitio, desde um Infantário gerido por uma flausina que poupava no orçamento das refeições, a uma escola que encerrou as portas, a uma professora primária despedida a meio do ano por total incompetência, a graves situações de gangs de putos a agredir e assaltar outros dentro do próprio estabelecimento de ensino (anteriormente considerado modelo, note-se!), à agitação dos pais face a uma docente de Matemática, que durante a doença e morte da mãe raramente deu aulas, ficando os miúdos a apanhar bonés na matéria...

E paizinhos a darem graxa a professores, falando e falando, elogiando e elogiando, sem dizer nada? E gente que aprecia puxar dos galões e esclarecer para a geral que é doutor ou engenheiro, que está ali com grande sacrifício profissional, por amor ao querido filho ou filha? E todos os que depois destes grandes discursos empolgados, nunca mais lá puseram os pés? Há pessoas que gostam de se ouvir falar e MUITO! Nada de confusões, algumas dessas reuniões de turma chegaram a demorar três horas... ARGH, não há pachorra!!!

Miraculosamente, a de ontem decorreu na perfeição: a professora não esteve lá com devaneios nem auto-elogios, foi directa ao assunto chamando a atenção dos pais para alguns pontos, respondeu às perguntas que lhe colocaram e em menos de uma hora acabou com a reunião. Sem sequer dar ideia que estava a despachar! Pronto, OK, os putos já não são pardalitos que os encarregados de educação tenham de ir defender das "garras" daqueles que os ensinam, mas foi a PRIMEIRA a que assisti sem tolices de ninguém...


Fotografia de autor desconhecido, recebida por mail.
Obrigada, Vani!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

EXPRESSÕES CORRENTES...

Fotografia de Ian Britton

Anacleto abriu o coração a Belmira, confessando-lhe que ela era luz dos seus olhos, mas que de momento estava com uma pedra no sapato: Custódio, o seu chefe, mandara-o baixar a bola e, gritando a plenos pulmões, tinha-o recambiado para outro local de trabalho, lá para trás do Sol posto, onde Judas perdeu as botas.

A moça, gaiteira e lampeira, respondeu-lhe:

- Escusas de ficar com essa cara de caso, que o que ele quer sei eu! Ou julgas que não o vejo a lançar-me olhos de carneiro mal morto? Dor de cotovelo, é o que é! Nem que arranque todos os míseros cabelitos e me prometa mundos e fundos, já sabe que vai levar com um balde de água fria! Nem nunca dei troco áquele desgraçado!

- Mas agora o que fazemos? - perguntou ele, com a cabeça nas nuvens e batendo na mesma tecla - Ele tem a faca e o queijo na mão...

- Ora, não penses que tens as mãos atadas, ele é que vai ficar com as dele a abanar. Mais logo vou conversar com a minha amiga Daniela, ponho as cartas na mesa e os pontos nos is, vais ver que ela dá uma mãozinha e conta tudo à prima Emília, que já se sabe que gosta de dar com a língua nos dentes, rebeubéu, pardais ao ninho, chega aos ouvidos do Felismino, seu pai e vosso patrão. E sim, ele também não é flor que se cheire, parece que acorda todos os dias com os pés de fora, mas não confunde alhos com bugalhos. Aposto que sei quem sai com o rabo entre as pernas!

E, assim, Custódio tirou o cavalinho da chuva e foi pentear macacos!

terça-feira, 21 de abril de 2009

O QUE DIZEM OS ASTROS?

Muito crédula era aquela rapariga: bastava alguém chegar perto e contar uma história bíblica, falar sobre os desígnios dos astros, do poder do espiritismo, do vaticínio das cartas (de tarot ou das comuns) ou do destino marcado na palma da mão, que em tudo acreditava como se fosse a pura realidade.

O grande contributo para essa credulidade exagerada partia de uma amiga, da mesma idade, que voltou costas à Igreja imposta pelos pais, para se dedicar a outros esoterismos. Esperta, inteligente e com uma grande lábia, convencia tudo e todos das suas capacidades de adivinhação, só lhe faltava o turbante na cabeça...

Entretanto, o mundo deu tantas voltas que a amizade esmoreceu, a distância instalou-se e a juventude desapareceu, sem ser por milagre! A crédula passou a céptica, a esotérica... a advogada (ou coisa do género)!

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Relógio astrológico de Dale Mathis, artista americano, que também pode ser visto aqui.
(imagem encontrada neste blogue, mas igualmente no myspace do autor)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A ÁRVORE DAS PATACAS

Fotografia de Ian Britton

Segundo consta, o sigilo bancário vai ser abolido no que respeita a matéria fiscal. Só agora?! OK, mais vale tarde que nunca! Talvez deixe de ser incomodada com polícia à porta para entregar notificações do tribunal ao anterior proprietário e até com telefonemas das Finanças para o tentar localizar. Cheguei à conclusão que o homem deve comer muito queijo: tanto se esqueceu de pagar a dívida, avultadíssima, como de avisar a repartição da mudança de morada. Há mais de 14 anos!

Se a medida for para a frente - que estes políticos falam muito, mas só quando a lei sair é que a malta acredita - alguns empresários (como o outro) devem ser apanhados nestas redes. Lembro-me sempre daquele "pobre coitado" que ganhava um ordenado mínimo nacional - na declaração que apresentava - e depois vivia num palacete de luxo, tinha um carrão, os três filhos frequentavam uma escola privada chiquérrima, a mulher aparecia em inúmeras festas do jet-set e, para dar mais um toque à modesta existência, a família deslocava-se de helicóptero para a praia...

Para que esta nova canção dos Xutos não continue a ser realidade:



Aplaudo, de pé, quando passar de intenção!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

PETULÂNCIAS...

Fotografia de PreDatado, neste blogue.

Não tenho paciência para gente petulante ou arrogante, nem nunca tive!

A rapariga considerava-se o suprassumo da beterraba lá na terra: bonita, elegante, inteligente, estudiosa, de "boas famílias", católica como os pais mandavam, não falhava uma para agradar a todos. Todos que interessassem, obviamente, que a restante populaça tratava como humildes serviçais ao seu dispor. Com um sorriso encantador nos lábios, para uns, ou a atirar pedregulhos em cada palavra, aos outros.

Ria-se imenso quando elogiavam todos os seus predicados - de modesta tinha pouco - lançava chispas, através da voz metálica ou do olhar, a quem discordasse de uma simples opinião dela. Era Miss ou Princesa, o pódium ninguém lhe iria tirar!

Gostei do novo look tipo baleia, quando a (re)vi recentemente... (sou sempre uma queriducha, com as antipatias de estimação!)

D I V I R T A M - S E ! ! !

quinta-feira, 16 de abril de 2009

17 ANOS

Fotografia de Ian Britton

Entrei calma no hospital, acompanhada pelo maridão. Pouco passava do meio-dia e sabia para o que ia: por mais bem instalado que estivesse, estava na hora do bebé nascer. Atrasado, por sinal!
Quando já nos encaminhávamos para o piso indicado, disseram-nos que teria de ir sozinha, para entregar brincos, aliança, fios, tudo o que tivesse comigo ao acompanhante, excepto a roupa que tinha no corpo. Aí, comovi-me e esmoreci um pouco. Mas o caminho só tinha uma saída...

Longas horas de espera, com visitinhas curtas da cara-metade pelo meio (que me trouxe um livro para ler, entretanto) e as das médicas - que essas sim, pareciam-me longas, longas demais, apalpada de todas as maneiras e feitios, a parte mais dolorosa da história. O método parecia não estar a resultar, eu lia e ria, mas não dormia. Uma dorzita de vez em quando, puf, puf, puf, e continuava a ler. "Traga uma muda de roupa para ela amanhã cedo, que ainda não vai ser desta!" ouvi dizer ao maridão. A única outra parturiente que passou por aquele quarto, com o apoio de uma familiar enfermeira, em menos de duas horas entrou na sala de parto. Lá para as 5 da matina decidiram que afinal o rapaz podia nascer, a má ideia foi colocarem um calmante no soro, para eu descansar!

Abreviando: quando entrei na sala de parto, em pânico, a pensar "porque é que me meti neste filme?", assim que me deixaram sossegada uns minutos, durante os preparativos, adormeci! E acordarem-me?! Poupo-vos aos pormenores dos forcéps e de tudo o resto! Nasceu às 9h20m!

O sono foi adiado para a noite, que ele chorava e chorava e eu falava com ele nos meus braços, tentando acalmá-lo. Não lhe contei os dedinhos, nem nada dessas coisas. Falei, falei muito, nem me lembro sobre quê. Estava deitada numa marquesa no corredor de um hospital, mas não importava nada. E aí, inesperadamente, ouvi a voz da minha mãe. Não, não foi uma voz do além, ela conseguiu ultrapassar todas as "barreiras" (leia-se seguranças e afins) até nos encontrar no
tal corredor, num hospital enorme! O choro e os soluços do bebé foram acalmando e foi assim, sossegado, que o pai o conheceu...



Faz hoje 17 anos!

PARABÉNS, meu querido!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A CEGUINHA DE BRAGA...

Sendo amiga de uma familiar de Alice Vieira, conheço a escritora há alguns anos. Recentemente, calhou ficarmos próximas durante um jantar, onde ela contou algumas das situações com que se tem deparado nas múltiplas escolas que visita, por convite, de Norte a Sul do país.

A mais caricata - e que já se tem repetido noutras versões mais ténues - consistiu no delinear do seu perfil por um aluno, que resumidamente rezava o seguinte:

"Alice Vieira nasceu em Braga. Cega à nascença e oriunda de uma família muito pobre é solteira e presidente da associação dos cegos e amblíopes de Portugal. Sustenta os cinco filhos com o seu lugar na banca de peixe."

Pasma, ainda perguntou à professora se sabia que aquele não correspondia de todo ao perfil dela, ao que aquela respondeu: "Ah, sei! Mas coitadinhos, tiveram tanto trabalho na pesquisa..."

Nem vou dizer o que penso sobre este género de ensino, mas estejam à-vontade para explanar a vossa opinião!

Nota 1 - Existe (ou existiu) uma Alice Vieira Gomes que nasceu numa família pobre de Braga, que cegou aos 14 anos, ajudou a criar cinco irmãos e foi (ou é) sócia da ACAPO. Tudo o resto é pura imaginação dos "coitadinhos"!

Nota 2 - Esta história já saiu em alguns jornais, não se trata de uma inconfidência...


Fotografia da net, de autor desconhecido.

terça-feira, 14 de abril de 2009

AGRIDOCE

"Henna tinha treze anos quando foi jovialmente casada com o filho mais velho de uma das melhores famílias de Calcutá, e o seu casamento foi conseguido através de uma audaciosa teia de mentiras, tão elaboradas e impudentes quanto os adornos dourados do seu sari escarlate de noiva." Assim começa o primeiro romance de Roopa Farooki, "Agridoce" ("Bitter Sweets", no original), uma saga familiar que percorre quase cinco décadas entre mundos culturalmente distantes, no espaço e no tempo.

Tal como o título indica, a vida das personagens passa por momentos doces e amargos, enredadas nos seus segredos, disparados por preconceitos e receios de exclusão da sociedade, nem sempre conscientes. Do Bangladesh de ontem até a Londres ou Oxford de hoje, três gerações deparam-se com a variedade de costumes, de paixões juvenis nem sempre bem resolvidas, de frustrações profissionais ou amorosas, às quais não são alheias as diferenças nos tons de pele, de género ou de estatuto social.

Apesar de todas estas componentes, o livro é leve (não confundir com light) e de fácil leitura: pessoalmente, gostei bastante!

CITAÇÕES:

"O fracasso não devia ser surpreendente - trata-se apenas de uma parte da vida, como respirar, comer e cantar. Fracassamos em algo em todas as etapas do nosso desenvolvimento, cada pequeno sucesso é precedido de fracasso após fracasso."

"-Quer saber o que se segue quando o verdadeiro amor acaba? Não é ódio. É apenas um nada, como um espaço oco ou um vácuo. Não resta nada senão um vazio."

"É aqui que eu realmente pertenço, pensou um tanto ébrio, rindo histericamente com os outros; a vida com os totós não parecia assim tão má. Aqui ele era aceite por aquilo que era, não pelos amigos que tinha; aqui podia ser um rei em vez de um impostor."

segunda-feira, 13 de abril de 2009

GRANDES LATAS!

Fotografia de Paco Guerrero, daqui.

Ontem, ao ver mais um episódio da série "Conta-me como foi...", uma insuspeita viúva a viver num lar tenta enganar algumas das suas companheiras, ficando com uma "comissãozinha" do dinheiro que estas ganharam a prestar um serviço. Desmascarada, encolhe os ombros sem sombra de arrependimento e desculpa-se com a sua pensão "que é pequenina". A das outras também, mas isso não lhe interessa nada!

Esse comportamento reflecte bem a atitude generalizada do povo português, independentemente da classe social, cultural ou económica de cada um. Há uma tendência acentuada para exigir o cumprimento de regras rigorosas em relação à população em geral e uma tolerância desbragada no que respeita a si próprio e aos seus pares. Assim, de Caminha ao Algarve já vi peixeiras duplicarem o preço do peixe de um dia para o outro - porque é período de férias ou fim de semana - metendo ao bolso mais uns trocos à conta dos papalvos dos clientes, ainda com a enorme lata de responderem a quem questiona que "hoje o mar estava mau"...

Os estágios profissionais obrigatórios são uma autêntica mama para muitos patrões e empresas, de qualquer dimensão ou estatuto: os estagiários realizam o trabalho, com pouca ou nenhuma remuneração - evitando-se assim a contratação de um empregado, que acarreta mais custos. Acabado o estágio é pôr uns patins nos pés do escravo e "venha o próximo!" Interpretação do patronato: "estamos a dar uma oportunidade a estes licenciados de aprenderem como é que se trabalha". Pois, grande preocupação! A mesma noção de alguns "intelectuais" da nossa praça, cujo fito pode não ser exclusivamente o lucro, mas uma certa promoção pessoal, através de trabalho alheio. Mas saber dar directivas e coordenar projectos de grande gabarito, é realmente uma tarefa árdua!

De políticos que ganham uma pipa de massa, para nem sequer cumprir as obrigações inerentes aos seus cargos pomposos, suponho que estamos todos fartos. Proclamam todos que são a honestidade em pessoa, há sempre um bode expiatório que paga as favas e tudo não passa de uma tempestade em copo de água, inventada por jornalistas desocupados. E eles lá continuam contentes nos seus poleiros, a dar o exemplo que o 'chico-espertismo' afinal compensa...

Ao ler a coluna de Fernando Madrinha, no "Expresso", ainda somos alertados para mais uma ambiguidade governamental: embora siga uma política rigorosa contra o absentismo dos funcionários públicos (nada contra, note-se!), aqueles "mouros de trabalho" da Assembleia da República arranjaram uma lei diferente para si próprios - os deputados não precisam de apresentar atestado médico por doença, se faltarem durante cinco dias, basta informarem os serviços da AR quando regressarem ao parlamento. Ahhhhh!!!

Não sei se é só neste país que estas latas imperam. Desconfio que não! Aliás, George Orwell descreveu-as de forma muito semelhante em "O Triunfo dos Porcos"...

domingo, 12 de abril de 2009

VISITA A DARWIN

Patente na Fundação Calouste Gulbenkian até dia 24 de Maio, "A Evolução de Darwin" merece uma visita atenta de todos os curiosos ou interessados pelas teorias evolucionistas. Baseado nos dados que coligiu ao longo dos cinco anos de viagem à volta do mundo que realizou (entre 1831 e 1836, a bordo do navio Beagle), Charles Darwin só publicaria a sua grande obra - "A Origem das Espécies" - duas décadas depois, em virtude dos múltiplos testes que efectuou para a comprovar e da vigorosa oposição dos meios mais religiosos ou conservadores.

"Ele ainda é vivo?", indagou um rapazito aos pais, na pequena fila de espera que antecedeu a entrada. Sorri, mas suponho que a exposição não se destina a crianças muito pequenas, embora estivessem lá bastantes, incluindo bebés de colo. Dividida essencialmente em três partes - antes de Darwin, durante a sua vida e nos diversos rumos de conhecimento científico desenvolvidos após a sua morte - exibe anotações, correspondência e herbários do próprio, a par de fósseis, animais vivos ou embalsamados, "criaturas" microscópicas, notas explicativas e alguns filmes. Nada de especialmente atraente para um miúdo que não saiba ler, se bem que os suricates (sempre em pé de guerra, acreditam?) dêem alguma animação...

Contem com cerca de duas horas em passo de museu (ou de caracol?), nalgumas zonas a iluminação é deficiente (talvez devido à preservação dos objectos exibidos), mas vale a pena! Pelo menos, para quem vive em Lisboa ou arredores!

Fotografias só sem flash, de modo que não saem lá grande coisa! Daí a única foto razoável ser a do exterior do edifício, no final da tarde...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

NOVO AVATAR

Imagem de Isabel Monteverde

A Isabel, do blogue "Artista Maldito", colocou um desafio-surpresa em que perguntava aos seus comentadores qual a cor, animal ou flor preferida e a palavra que associávamos à Páscoa. Lançou mãos à obra e, paciente e carinhosamente, fez uma composição artística consoante os gostos pessoais, oferecendo um prémio personalizado a cada um. Adorei o meu! Tanto, que o vou colocar como avatar, nos tempos mais próximos - até conseguir "criar" o tal que ainda só existe em sonhos... e que pode demorar uma eternidade a concretizar!

Entretanto, também me atribuíu estes selinhos, que passo a todos os linkados na faixa lateral:














Por seu turno, a Teresa, do blogue "Ematejoca Azul", também me nomeou para este, que vem muito a propósito desta época. Para todos que o quiserem apanhar ou, pelo menos, para quem quiser variar das amêndoas...

Obrigada a ambas!

BOM FIM DE SEMANA (PROLONGADO) PARA TODOS!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

SURPRESA!!!

Fotografia de Ian Britton

Às oito e meia da noite, 18 pessoas aglomeravam-se numa mesa de um restaurante italiano em Lisboa, no intuito de festejar o 40º aniversário da Cat, que nem sequer tinha ponderado comemorar a data - só para verem como tenho amigas diferentes, que cá por mim lanço os foguetes, faço a festa e ainda apanho as canas, quase com um mês de antecedência... Adiante!

Entretanto, algumas colegas organizaram-se e contactaram a mãe, que por sua vez telefonou a outros familiares e companheiros de longa data: esperávamos a chegada da aniversariante e da amiga encarregue de a levar até lá. Não lhe estava nada a apetecer ir ao tal jantar, pouco convencida com a conversa, mas, misteriosamente, toda a malta tinha planos para essa noite... "Vai, vai! Pode ser mais divertido do que ires para casa refastelares-te no sofá", respondeu-lhe uma, via telelé. E foi!

Distraída, entrou no restaurante e só ao chegar junto da mesa, com o pessoal a aplaudi-la de pé é que deu pela manigância. Chuva de abraços e beijos, muitos risos à mistura, um jantar muito agradável - tanto no convívio, como no prato - com as conversas a rolar entre todos os participantes. Divertidíssimo!

Nunca te vais esquecer desta, Cat...

post-scriptum - Nasci e cresci em Lisboa, de modo que não tenho "terra" para onde ir durante os próximos dias, mas percebo perfeitamente quem vá ou aproveite para tirar férias. As "despedidas" do post anterior eram, essencialmente, para os que estão de "abalada"... :D

quarta-feira, 8 de abril de 2009

CAIXA DE CORREIO

Fotografia de Ian Britton
Bom, a da imagem é muito mais romântica, mas, neste caso, a caixa de correio é a electrónica, vulgo e-mail. Há mais de 10 anos que usava apenas um endereço, mas ultimamente começou a entupir, se bem que fosse apagando mensagens antigas, daí a necessidade de criar um novo. Que já coloquei no perfil, para quem queira contactar, mas deixo aqui a nova morada:

quiproquo.tete@gmail. com
Mantenho o anterior até ver se este funciona e como, que nestas coisas sou autêntico velho do Restelo: se está bem assim, para quê mudar?! O pior é que já não estava...
O quê? Oiço aí um grito de abalada (gosto desta palavra, que soa a alentejano puro)?!
Então BOAS FÉRIAS para quem vai e BONS FERIADOS para os que ficam!
(e para as maníacas das dietas - sim, são mais elas - cuidado com os chocolatinhos, amêndoas cobertas de açúcar e as comezainas tradicionais da época, ih, ih, ih!)

terça-feira, 7 de abril de 2009

BRANDA DEMAIS...

Fotografia de Ian Britton

... é a acusação familiar mais recente, pródiga em palpites sobre os múltiplos castigos que deveria estipular ao filhote, por ter baixado as notas e a média ligeiramente neste 2º período escolar. "Assim não vai lá" (o lá, ainda por definir, que nem ele sabe para onde quer seguir), mas de chicote em punho atrás dele, como se fosse uma cavalgadura, comigo a dirigir a carroça?

Ah e tal que é um aluno fraquinho em riscos de chumbar pelo caminho? Nada disso! Brilhante nunca foi, sempre andou entre o razoável e bom. Se quiser entrar na Universidade, vai ter de esfolar como todos os outros. Ainda não entendeu? Mas o percurso alguma vez se percebe, se não é à própria custa?! Avisado está!

Nem quero saber de comparações com a prima de notas brilhantes (uma queriducha, que ainda o "defendeu"!), mas tenho a certeza que se alguns olhassem para trás - e já agora, para a frente, para os que ainda não chegaram a esta fase escolar - nunca abririam a boca a aguilhoar com castigos, por só ter tido 14! Teorias de sucesso à parte, pessoalmente, estaria de castigo até hoje!!!



Mas os rios correm para o mar...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

(NÃO) PASSAR CARTÃO!

Fotografia, intitulada Selva, de Israel Cárdenas Mayorga
Chujtiat no Flickr

9h53m. 6ª feira, Lisboa, Loja do Cidadão. Senha A - 184. Último atendimento: A -31!

Motivo: Cartão do Cidadão. A que propósito? Porque o "puto" enfiou o BI no bolso traseiro das calças de ganga e, depois de as pôr para lavar, encontrou-o desfeito. Como ainda não tem 17 anos, nem carta de condução, nem outro documento comprovativo da sua identidade, precisa de uma testemunha. A mãe, no caso!

1ª hora - Ainda bem que encontrámos duas cadeiras vagas, ao lado uma da outra. Porque é que os números não avançam? A máquina, sofisticada, faz tudo: tira a foto, as impressões digitais e reconhece a assinatura. Mas nem sempre os utentes atinam com a máquina, nem a máquina com eles: têm de olhar em frente, manter a boca fechada, pressionar os indicadores numa mini-fotocopiadora e assinar um papel com uma caneta especial num espaço específico. Qualquer ligeira distracção e há que repetir o procedimento. Perto, um rapazinho hiperactivo não se cala nem durante um minuto.

2ª hora - Ah, isto também tem umas reclamações há mistura. O miúdo continua sem se calar, joga ao "papel, pedra ou tesoura" com a mãe, de vez em quando pede para ela o estrangular. Esperto e meiguinho, mas muito chatinho! Epá, mas ainda bem que são o 67, que não tarda devem ir embora... Às 11h20m o altifalante anuncia que deixaram de ser distribuídas senhas para o cartão do cidadão, dado o afluxo de gente. O pequeno já foi atendido, o filhote vai dormitando encostado ao meu ombro. Os reclamantes amontoam-se na porta ao lado do 1º guichet, a responsável só sai de meia em meia hora. Um jovem estudante está exasperado: nos CTT não o deixaram levantar o BI com a guia, afirmando que esta não vale como identificação, para tal precisava do BI... AHHHHH!!!!

3ª hora - Epá, as funcionárias do atendimento começam a fazer intervalos de meia hora. É pouco, para almoçar! Mas as idas à casa de banho de deficientes, que é a mais próxima, são mais que muitas, uma já lá foi 3 vezes em duas horas e meia. Coitada, deve ter a bexiga fraca ou então está de diarreia... Olha, lá vai ela de mala à tiracolo, para o intervalo! As alturas são tiradas a olho. Aquela velhota minorca é medida com os sapatos de salto altíssimo?! A funcionária ainda ri, que ela quer parecer mais alta, mas aceita que a mulher figure com mais uns centímetros, na papelada? Aqui também há cunhas? Uns são atendidos porque conhecem o A, B ou C, porque o cartão não foi aceite por estarem a sorrir para a fotografia - boca fechada é uma palavra de ordem assente e bastante curiosa - e são todos atendidos à frente dos que têm senhas? Ai...

4ª e 5ª hora - Confesso que me perdi, no altifalante avisa-se que o atendimento está atrasado (grande novidade). Houve mudança de turnos, mas encostei a cabeça e fechei os olhos, a ver se conseguia dormitar um bocado, embora a cadeira de suma a pau não ajudasse, nem o lento mas audível tlintlon do placard da numeração, nem as reclamações de muitos, nem o choro de alguns miúdos. Um dos novos funcionários, aparentemente eléctrico a correr pelos corredores e para a casa de banho, atendeu dois ou três clientes durante este tempo, motivo de reclamação (em saco roto, diga-se de passagem) de uma utente exaltada. O homem que agora se sentou ao meu lado cheira mal, a senha que ostenta na mão é muito posterior à minha. Nem passar pelas brasas se consegue, neste estaminé???

6º hora - ALELUIA! ALELUIA! E não, não é por estarmos próximos da Páscoa, mas às 16 horas chamaram-nos! A fotografia saíu como a de quase todos os outros, a parecer um ex-presidiário, nos deditos nem houve problema, a assinatura precisou repetição! O funcionário, simpático, avisou que o cartão pode demorar vários meses até poder ser levantado...

16h20m. Saída! Nada mais nada menos que 6 horas e 17 minutos de simplex! Mas ca ganda merdex!!!

domingo, 5 de abril de 2009

RAISTAPARTIÇA...

... era uma expressão que o meu avô usava de vez em quando, em momentos de irritação! Actualmente suponho que queria dizer "raios te partissem!", embora nunca o tivesse ouvido dirigir a imprecação em relação a pessoas, mais a contrariedades do dia a dia.

E isto vem a propósito do único pecado mortal que confesso ter, sem sombra para dúvidas: a PREGUIÇA! Tinha estipulado preencher ontem a declaração de IRS, mas, não sei porquê, mais um saltinho ao blogue, comentário aqui ou ali, um telefonema prolongado, um passeio, uma compra inadiável, umas páginas do livro, um pouco de televisão, TARUZ, 3 da matina e népias!

'Tá que ando enressabiada com os impostos camarários - esgotos e IMI, mesmo que divididos em duas prestações cada - que se sucedem a um ritmo alucinante. Vivo em algum palacete para pagar este montante? Será que todos os portugueses pagam assim, ou é só em Lisboa? O ordenado mínimo nacional não está em 450 euros? Não chega, para o conjunto dos dois impostos anuais.

Raistapartiça! Para além da preguiça, a esta hora já não há cabeça para a matemática...

DISCRIÇÃO

Se uma "desconhecida" de repente te oferecer flores...


... virtuais, Fatifer, isso significa que te está a enviar PARABÉNS, de um modo bem discreto... (acho?!)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"O MEU ÚNICO VÍCIO É SEXO!"

Antes que tirem conclusões precipitadas, a frase não é minha! (nem foi proferida pelo Vício, nada de confusões) Num jantar de aniversário recente, em que no restaurante era proibido fumar, depois da refeição, apesar do briol que fazia lá fora, alguns fumadores dirigiram-se à porta do restaurante para o "aperitivo" final. Para grande gozo de alguns anti-tabagistas presentes, mas isso não chateou ninguém. Como as conversas são como as cerejas, o festarú prolongou-se e o restaurante fechou portas. Aí, um empregado solícito distribuíu uns cinzeiros pelas mesas, para trauma de todos os gozões anteriores. Um cinquentinha, que conheço há muitos anos, resolveu botar discurso nas redondezas sobre os malefícios do tabaco e os custos que acarreta para a saúde e, especialmente, à carteira - nada de novo, mas insistente! Vai daí, a amiga sentada ao lado dele já não estava a achar piada, o diálogo quase em vias de azedar. Perante a ineficácia do discurso "moralista", encolheu os ombros e exclamou:
- O meu único vício é SEXO!
Caladinha a assistir (e a remoer), não resisti a responder:
- Olha que isso também sai caro!

Esta lengalenga vem a propósito de mais um desafio da Isabel, do blogue "Artista Maldito", em que a ideia é pregar aqui este selinho...


... e desenvolver seis temas sobre VIDA, CINEMA, LITERATURA, VIAGEM, AMOR e SEXO! Que passo a todos que o quiserem apanhar, evidentemente! Mas até agora só falei de sexo, certo? Ui, ui, toca a despachar:

"AMOR é fogo que arde sem se ver" (a não ser espelhado nos olhos daqueles que amamos), já dizia o Camões, salpicado com "o hoje mais do que ontem, mas bem menos que amanhã", de Rosemonde Gérard. Não há dúvida que os poetas sabem explicar melhor que eu...

O prazer de ler não se cinge à LITERATURA, propriamente dita. De cordel, clássica ou recente, na moda ou esquecida num recanto de uma biblioteca 'às moscas', o que importa realmente é seguir o rumo que as páginas desfolhadas revelam a cada instante, desde que a VIAGEM seja agradável. O mesmo se diga sobre todas as outras viagens ao vivo e a cores, quando por vontade própria e, preferencialmente, em férias!

Sétima arte, CINEMA? Epá, resumindo (que postagem não é testamento): obrigada aos irmãos Lumiére e a todos os seus seguidores, por tantos momentos inesquecíveis!

TENHAM UMA BOA VIDA!
(escuso de explicar quando, onde, como e porquê, né?)


Fotografia de Ian Britton

quinta-feira, 2 de abril de 2009

40 OU 400?

Fotografia de Ian Britton

8 ou 80 é uma expressão banalíssima, daí hoje preferir o 40 ou 400! Isto porque, por mera coincidência, o 40º aniversário da minha amiga Cat (falo contigo mais logo - mas desde já ficam os PARABÉNS!) coincidiu com o 400º post do Quiproquó.

Mas um 400º post é alguma coisa digna de nota? Não há quem tenha mais de 5000?! Pois há! E bem escritos, ainda por cima, de modo que talvez devesse reduzir-me à minha insignificância. Em quase dois anos (sim, que o post de 2006 foi apenas uma experiência, acabando por decidir instalar-me noutra casa, recomeçando este blogue em meados de 2007) "conheci" pessoas com que provavelmente não cruzaria nunca no dia a dia e a aventura tem sido fantástica.

Mundos desconhecidos e aprendizagens a vários níveis de conhecimento! Nem que fosse só por isso, as horas passadas aqui em frente ao teclado e ecrã valeram a pena, a ler e a escrever, como se não houvesse amanhã... Lamechices à parte, deixo uma musiquinha do Sérgio, para todos os companheiros que por aqui têm passeado:



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Como os aniversários aqui, de vez em quando, surgem em triplicado, PARABÉNS também à queriducha da Matilde, que está giraça todos os dias aos 3 anos de idade, e à Maria do Mar, que está a residir na velha Albion, para prosseguir os estudos e a carreira que pretende!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

OH TEMPO, VOLTA PARA TRÁS!

Fotografia de Ian Britton

Fico sempre indignada quando vejo mulheres a escreverem que as nossas avós é que tinham uma vidinha refastelada, em casa, a tratar do lar e da família. Que agora todas temos de ser polivalentes em tudo: no emprego, com os filhos, com os pais, agradar ao companheiro (senão ele troca-nos por outra!), bem aperaltadas e sem esquecer as lides domésticas. A queixarem-se de barriga cheia?!

Por ser tão bom é que algumas lutaram arduamente para conquistar direitos essenciais, como o de estudar, trabalhar fora de casa ou o de votar, por exemplo. As mulheres do povo sempre trabalharam de sol a sol. As restantes dependiam da sorte e de um "bom casamento", muitas vezes combinado pelos pais. Se porventura ficassem solteiras ou viúvas, o futuro preconizava-se negro, dependente da boa vontade alheia. Maus tratos, que as adúlteras apanhadas em flagrante pudessem ser assassinadas pelo próprio marido (acto desculpável) ou ainda que, em pleno século passado, todas carecessem da autorização do cônjuge para viajar são meros pormenores "insignificantes"... Independência igual a zero e ponto final!

Analisando as "mágoas" desse mulherio suspirando por tempos remotos (e deseja de volta?), que assegura não ter nada a ver com o feminismo "ai, c'órror! umas tipas a queimar soutiens?!", a onda soa estranha, mais machista do que a de muitos homens. Palavras que alguns certamente gostarão de ouvir, tal e qual canto angelical, até que enfim encontram uma mulher tradicional, pronta a servi-los como um verdadeiro senhor feudal! Será?

Acusem-me de feminista, a ver se me ralo! Prezo demasiado a minha liberdade e independência (relativas, como as de todos nós) para ir em cantigas. Mas, mais que isso, considero que amor, carinho e ternura não se coadunam com subserviência!

Carpe diem!